Projeto de Aprendizagem -
O que tem no pátio da escola?
Escola Mundo Verde
Turma: Maternal 2
N º de alunos: 20
Faixa etária:4 a 5 anos
Para colocar o projeto de aprendizagem em prática busquei uma escola de Educação Infantil. Estou aplicando o projeto em uma turma de Maternal, eles têm de 4 a 5 anos de idade.
Minha última experiência com esta faixa etária foi há vinte anos, mas a espontaneidade, a alegria de descobrir e a ternura são características inerentes aos pequenos.
Comecei com a observação da turma, ficando evidente a importância da relação de afeto que estabeleceram com a professora titular, as atividades desenvolvidas em grupo e a capacidade de resolução de pequenos conflitos entre eles.
Além da afetividade, outro aspecto importante desta idade, é o brincar e os jogos simbólicos que são organizados por eles ou através do estímulo da docente. A brincadeira simbólica leva à construção, pela criança, de um mundo paralelo ao real facilitando o entendimento do mesmo, utilizam a própria ludicidade como forma de ligação entre os dois mundos.
Para tirar o melhor proveito do primeiro contato com a turma, sentamos em roda e propus algumas atividades para analisá-los, na verdade eu estava à procura de indícios ou pistas que pudessem levar a um projeto de aprendizagem.
O vocabulário apresentado pela turma, apresentou-se adequado para a faixa etária, já citam conceitos abstratos relatando fatos do passado e antecipando desejos futuros.
Sabem o que querem e disputam brinquedos e atenção constantemente, alguns já apresentam um maior amadurecimento com relação a fase egocêntrica. Conseguem estabelecer trocas, por exemplo, barganhando o brinquedo preferindo sem arrancar da mão do colega.
Sugeri uma atividade com balões e outra que envolvia coordenação motora. Foram participativos e dinâmicos, mas foi ao final da atividade que reparei o brilho no olhar dos alunos, quando a professora anunciou a hora do pátio.
Continuei a observação tentando não interferir, diretamente, em suas iniciativas. Correram, chutaram, fizeram trocas de pertences, criaram objetos, estabeleceram regras, enfim, estavam inseridos em um contexto preconizado nos Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil, que fala em um "ambiente físico que promova aventuras, descobertas, criatividade, desafios, aprendizagem e que facilite a interação entre as crianças, delas com o adulto e o meio ambiente”.
Então a natureza aparece, nas brincadeiras no pátio, como uma fonte inesgotável de descobertas e aprendizagens. O interesse aparece naturalmente ao observarem , formigas, moscas, besouros e tantos outros bichos que eventualmente aparecem.
Fazem neste espaço uma leitura do mundo, assim como pontua Decroly na ideia de "centros de interesse", concebendo a escola ideal, onde o aluno deveria se situar num ambiente possível de ser observado diariamente, tanto nos fenômenos, quanto na natureza e as manifestações dos seres vivos.
Hernández(1998), nos fala que a escola não é só para transmitir conteúdos, mas sim, deve aparecer como uma facilitadora na construção da consciência individual do ser infante. Pensei no Projeto de Aprendizagem como uma maneira de interpretar o mundo em que vivem, para que desenvolvam estratégias e utilizem recursos facilitadores na construção do conhecimento.
Por: Fabiana Pieruccini
Fontes: Hernández, Fernando - Transgressão e Mudança na Educação (1ªEd.1998)
Parâmetros Básicos Infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil (2006) -
O que tem no pátio da escola?
Escola Mundo Verde
Turma: Maternal 2
N º de alunos: 20
Faixa etária:4 a 5 anos
Para colocar o projeto de aprendizagem em prática busquei uma escola de Educação Infantil. Estou aplicando o projeto em uma turma de Maternal, eles têm de 4 a 5 anos de idade.
Minha última experiência com esta faixa etária foi há vinte anos, mas a espontaneidade, a alegria de descobrir e a ternura são características inerentes aos pequenos.
Comecei com a observação da turma, ficando evidente a importância da relação de afeto que estabeleceram com a professora titular, as atividades desenvolvidas em grupo e a capacidade de resolução de pequenos conflitos entre eles.
Além da afetividade, outro aspecto importante desta idade, é o brincar e os jogos simbólicos que são organizados por eles ou através do estímulo da docente. A brincadeira simbólica leva à construção, pela criança, de um mundo paralelo ao real facilitando o entendimento do mesmo, utilizam a própria ludicidade como forma de ligação entre os dois mundos.
Para tirar o melhor proveito do primeiro contato com a turma, sentamos em roda e propus algumas atividades para analisá-los, na verdade eu estava à procura de indícios ou pistas que pudessem levar a um projeto de aprendizagem.
O vocabulário apresentado pela turma, apresentou-se adequado para a faixa etária, já citam conceitos abstratos relatando fatos do passado e antecipando desejos futuros.
Sabem o que querem e disputam brinquedos e atenção constantemente, alguns já apresentam um maior amadurecimento com relação a fase egocêntrica. Conseguem estabelecer trocas, por exemplo, barganhando o brinquedo preferindo sem arrancar da mão do colega.
Sugeri uma atividade com balões e outra que envolvia coordenação motora. Foram participativos e dinâmicos, mas foi ao final da atividade que reparei o brilho no olhar dos alunos, quando a professora anunciou a hora do pátio.
Continuei a observação tentando não interferir, diretamente, em suas iniciativas. Correram, chutaram, fizeram trocas de pertences, criaram objetos, estabeleceram regras, enfim, estavam inseridos em um contexto preconizado nos Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil, que fala em um "ambiente físico que promova aventuras, descobertas, criatividade, desafios, aprendizagem e que facilite a interação entre as crianças, delas com o adulto e o meio ambiente”.
Então a natureza aparece, nas brincadeiras no pátio, como uma fonte inesgotável de descobertas e aprendizagens. O interesse aparece naturalmente ao observarem , formigas, moscas, besouros e tantos outros bichos que eventualmente aparecem.
Fazem neste espaço uma leitura do mundo, assim como pontua Decroly na ideia de "centros de interesse", concebendo a escola ideal, onde o aluno deveria se situar num ambiente possível de ser observado diariamente, tanto nos fenômenos, quanto na natureza e as manifestações dos seres vivos.
Hernández(1998), nos fala que a escola não é só para transmitir conteúdos, mas sim, deve aparecer como uma facilitadora na construção da consciência individual do ser infante. Pensei no Projeto de Aprendizagem como uma maneira de interpretar o mundo em que vivem, para que desenvolvam estratégias e utilizem recursos facilitadores na construção do conhecimento.
Por: Fabiana Pieruccini
Fontes: Hernández, Fernando - Transgressão e Mudança na Educação (1ªEd.1998)
Parâmetros Básicos Infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil (2006) -
Fabiana, você chega à problemática de partida do PA (Meta 1) mediante um olhar atento e sensível das crianças em interação. A ideia de trabalhar com "o que tem no pátio da escola? " é muito interessante. Outros interesses/temas podem ir emergindo a partir daí, pois um PA nasce do interesse dos/as alunos/as e o levantamento dos interesses deles é fundamental para pensar o projeto como um todo: as dúvidas e certezas (Meta 2) para conhecer aprofundar temas do Projeto de Aprendizagem, mediante pesquisas que os/as alunos/as farão com sua mediação. Como você menciona, a partir de Zabala (2008) e Hernández (1998), o PA ultrapassa os limites da escola, pois é interdisciplinar, em rede e possibilita o aprofundamento de temas (mediante pesquisas em fontes primárias e secundárias) e com a colaboração de outros profissionais e colaboradores/as externos. No projeto de trabalho, proposto por Hernández (1998), o objetivo subjacente são as mudanças no currículo e nas práticas escolares, onde a sala de aula se torna um ambiente dinâmico e interativo, sendo que os próprios docentes (re)pensam suas práticas e suas relações com o conhecimento. Avate rumo às próximas etapas. Abraço, Aline.
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